No início do século XVIII, quando o café chegou ao Brasil por volta de 1720, poucos poderiam imaginar que nos tornaríamos o maior produtor mundial desse grão. Hoje, o café é um dos pilares da economia nacional, e esse sucesso é grandemente influenciado pelas condições climáticas favoráveis das regiões cafeeiras brasileiras.
Não é surpresa que o café esteja profundamente enraizado em nossa cultura e faça parte do nosso dia a dia. As primeiras grandes plantações de café no Brasil surgiram na Baixada Fluminense, então província do Rio de Janeiro, e no Vale do Rio Paraíba, em São Paulo. Posteriormente, a produção se expandiu para outras regiões do país, como Maranhão, Bahia, Paraná e Minas Gerais.
Neste artigo, exploraremos as características das principais regiões produtoras de café no Brasil, assim como os tipos de grãos produzidos em cada uma delas. Continue a leitura para descobrir mais sobre a história e diversidade do café brasileiro.
Minas Gerais
Minas Gerais é outro estado que compartilha uma tradição rica na produção de café. Diversas microrregiões do estado cultivam grãos com características únicas, altamente valorizados em todo o mundo.
O Sul de Minas, microrregião próxima a São Paulo, é a maior produtora de café do Brasil, respondendo por mais de 70% da produção de Minas Gerais. O clima e o relevo dessa área são favoráveis para o cultivo do grão arábica, que apresenta uma acidez equilibrada, corpo substancial, notas florais e cítricas, além de uma característica doçura.
O Cerrado, abrangendo municípios nas regiões do Noroeste e Triângulo Mineiro, é outra região importante. O Noroeste foi pioneiro ao receber a Denominação de Origem (DOC) para essa bebida no Brasil. Os grãos produzidos nesta área resultam em cafés bem equilibrados, com aroma intenso, acidez delicada e notas de caramelo, chocolate e nozes.
A região de Matas de Minas, situada no leste do estado, é reconhecida por produzir um café arábica com status de especial, sendo amplamente exportado para destinos na Europa, Ásia e América do Norte. Os grãos dessa região geram uma bebida de corpo robusto, acidez acentuada, doçura marcante, aroma de chocolate e sabor cítrico.
Essas microrregiões em Minas contribuem para a diversidade e a reputação do café brasileiro no cenário internacional, consolidando o estado como um dos pilares da indústria cafeeira no país.
São Paulo
Ao longo da história, São Paulo tem sido um nome proeminente quando o assunto é café no Brasil. Boa parte dos produtores do país concentra-se nesse estado, aproveitando-se das características favoráveis da região para o cultivo deste grão tão apreciado.
Uma das regiões mais tradicionais e culturalmente ricas para o cultivo de café é o Norte de São Paulo, com uma prática que perdura por mais de 200 anos. Essa área pode ser dividida em duas sub-regiões: Alta Mogiana e Média Mogiana.
Em Alta Mogiana, o café do tipo arábica possui características bastante frutadas, com corpo cremoso e acidez média, além de nuances de caramelo, chocolate e nozes. Já na região de Média Mogiana, também produzindo café arábica, podemos apreciar um café adocicado, com corpo cremoso, boa acidez e notas de chocolate e castanha.
Outra região notável de produção de café em São Paulo é a que abrange os municípios de Ourinhos e Avaré. Nessa área, o grão é cultivado para produzir bebidas elegantes, com toques cítricos, aromas de ervas frescas e um leve toque adocicado. Essas regiões têm contribuído significativamente para a riqueza e diversidade da produção de café no Brasil.
Bahia
A Bahia foi um dos pioneiros no cultivo de café, e atualmente, a região da Chapada Diamantina se destaca na produção de cafés especiais. Esse local oferece condições ideais para o cultivo do café arábica.
Os grãos produzidos nessa região são de excelente qualidade, e um dos principais diferenciais está na colheita, que é realizada com atenção meticulosa para selecionar apenas os frutos maduros. O resultado é um café que apresenta um sabor aveludado e adocicado, uma acidez cítrica e notas prolongadas de melaço.
A região tem conquistado reconhecimento pelo seu compromisso com a qualidade e o cuidado especial dedicado ao cultivo do café, proporcionando aos apreciadores dessa bebida uma experiência única e deliciosa ao saborear os cafés especiais produzidos nessa área.
Paraná
Em 1962, o Paraná ostentava o título de maior produtor de café do mundo, exportando anualmente 21,3 milhões de sacas desse precioso grão. O Estado, famoso por suas terras roxas, concentra-se no cultivo das principais espécies do café, sendo a Arábica e a Canephora as mais cultivadas.
A qualidade excepcional do produto oferecido é assegurada pelas fortes associações e cooperativas de produtores de café do estado, o que torna o Paraná um importante produtor de um grão muito valorizado no mercado.
O café paranaense é notável por sua doçura, acidez e corpo médio, além de apresentar deliciosas notas de caramelo e chocolate. O cuidado e dedicação dos produtores do Paraná resultam em um café de alta qualidade que é amplamente apreciado e procurado pelos apreciadores dessa bebida ao redor do mundo.
Hoje, o Paraná não ostenta mais o título de maior produtor de café, tendo sua área de cultivo diminuído drasticamente.
Espírito Santo
O Espírito Santo é um dos principais estados produtores de café no Brasil, juntamente com Minas Gerais e São Paulo. O cultivo do grão se adaptou de forma notável às características da região montanhosa, resultando em um tipo de café mais encorpado e complexo, com acidez elegante e delicada, porém com uma marcante doçura.
As duas principais espécies de café cultivadas no Espírito Santo são a Arábica e a Canephora. Devido ao solo irregular e às diferentes altitudes encontradas na região, a qualidade do café produzido é notavelmente diversificada. Essa variação proporciona uma ampla gama de sabores e aromas, o que contribui para a riqueza e a reputação dos cafés capixabas no mercado.
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